sexta-feira, 25 de março de 2011

LEITURA E DRAMATIZAÇÃO DE TEXTOS - 3º CICLO

Hoje terminamos a nossa Semana da Leitura com uma sessão formidável de textos lidos e dramatizados pelos nossos alunos do 8º e 9 anos, ( os do 7º que estavam para ler, tiveram teste e não puderam estar presentes).
A Biblioteca encheu-se de ouvintes entusiasmados, a pouco e pouco, leitores e assistência foram ficando galvanizados e tivemos momentos fantásticos. Foi de tal maneira bom que ninguém queria parar de apresentar textos nem de os ouvir.
Os alunos do 6ªA, ensaiados pelo professor Nuno Guimarães, tiveram a amabilidade de abrilhantar a sessão cantando dois poemas, no início e no final.



Depois foi a vez dos 8º ANOS e prometo completar este parágrafo com os textos que leram porque de momento não me é possível fazê-lo, salvaguardando no entanto que fora excelentes leitores.




Seguiram-se os 9º ANOS.
O 9º A Dramatizou um excerto das " Viagens na Minha Terra", de Almeida Garrett que apesar do dramatismo do texto e da excelente interpretação dos alunos, levou a assistência às lágrimas...mas de riso. Os poemas "Gozo e dor", "Não te amo, não", " Um anjo", foram declamados. Tivemos ainda " A enfeitiçada" que arrancou sorrisos e o ultimo excerto de " Frei Luís de Sousa" que emudeceu todos.




O 9º C trouxe-nos uma excelente dramatização do "Auto da Barca do Inferno", com as passagens do Frade, da Alcoviteira, do Sapateiro e dos Quatro Cavaleiros, tão bem lida que nos deixou a todos atentos e presos ao texto, nos fez sorrir arrancando muitas palmas no final.



O 9º D declamou muito bem um poema de Camões a três vozes.


A assistência entusiasmada...


E por fim mais um poema cantado pelo 6ºA


Terminámos esta Semana da Leitura da melhor maneira, sem dúvida!

Fica ainda um agradecimento especial ao aluno José Luís do 9ºA que fez a reportagem fotográfica. :)

quinta-feira, 24 de março de 2011

LEITURA E DRAMATIZAÇÃO DE TEXTOS

Ontem tivemos a leitura e dramatização de textos pelos alunos do 2º Ciclo.
Trouxeram-nos excertos de histórias e poemas bem variados, consoante os seus gostos e escolhas.
Vivemos momentos bem interessantes de partilha pelo gosto da leitura.

quarta-feira, 23 de março de 2011

PNL

No seguimento da comemoração da Semana da Leitura, ontem tivemos sessões contínuas de projecção de histórias do PNL, que os alunos ouviram e viram atentamente.




Podes ler, ver e ouvir essas histórias aqui.


terça-feira, 22 de março de 2011

SEMANA DA LEITURA

Ontem demos início à Semana da Leitura com um grupo de alunos que preparou umas histórias e as leram em todas as salas da Escola, de manhã e de tarde.


Foi uma lufada de ar fresco, em que associamos a leitura à Primavera. Aqui estão os preparativos dos raminhos, cedidos pelo clube de jardinagem na pessoa da Drª Adelaide Pinto, para oferecer aos professores que nos abriram as suas portas .


O dia ajudou imenso a este clima de festa porque estava quente, cheio de sol e os alunos entusiasmados. Eis a nossa equipa de leitores, da esquerda para a direita:

Mariana Santos, nº 13 do 6º G; João Norberto, nº20 do 9ºA; Nair Taipa, nº 16 do 8º A; Gonçalo Sousa, nº 8 do 9ºA, Tomás Matos, nº20 do 8º A , juntaram-se a este grupo dois alunos do 5º A e Bárbara Flores, nº3 do 5º C .


As histórias escolhidas eram pequenas e relacionadas com a as flores, as árvores, a Primavera e foram retiradas da colecção dos «Contadores de Histórias».


A flor e o sino


Como é que uma flor e um sino podem caber na mesma história?
Há-de ser difícil. A flor tão rasteira e o sino tão alto nada têm a ver um
com o outro. Hão-de pertencer a histórias diferentes.
Talvez sim e talvez não…
A flor tinha acordado, na ponta de um caule, quando o sino se pôs a
badalar. Abriu-se de espanto, porque nunca tinha ouvido música assim:
tlim-dlão-dlim…
Mas tudo tem uma lógica, um começo, um antes do que está para vir.
Nós contamos.
A erva donde a flor nascera tinha rompido a terra como um dedo
espetado, que quer chamar a atenção:
— Perguntem-me porque nasci — gritava a erva, numa vozinha de
erva-fina.
Ninguém lhe perguntava.
E ela, impaciente, sempre na sua:
— Perguntem-me porque nasci. Perguntem-me.
Estávamos bem servidos, se tivéssemos de dar conversa a todas as
ervas do caminho…
— Então, não querem saber? Perguntem-me — teimava a erva.
Fartos de ouvi-la, debruçámo-nos, enfim, para a ervinha.
Logo ela, muito direita, na sua importância de erva fresca, nos disse:
— Nasci, sabem porquê? Nasci para dar uma flor.
Olha a admiração! Nisto o sino, tlim-dlão-dlim, tlim-dlão-dlim, e
apareceu a flor.
— Quem me chama? Quem me chama? — perguntou a flor, que nasceu
a falar.
O sino anunciava um casamento. Era o José mais a Maria que iam
casar.
O noivo, antes de entrar na igreja, colheu, à beira da estrada, uma flor com
que enfeitou a lapela. Logo por coincidência, a flor que tinha acabado de
nascer.
Aí têm como um sino e uma flor podem caber na mesma história. Mas
não acaba aqui.
Passado tempo, a flor desprendeu-se da lapela. Já tinha dado um ar da
sua graça. Secou, desfez-se, juntou-se à terra. É sempre assim.
Na Primavera seguinte, mais coisa menos coisa, o sino outra vez a
badalar: tlim-dlão-dlim, tlim-dlão-dlim. Desta vez, era um baptizado, o do
menino José Maria, filho de Maria e do José.
Depois, houve boda. No centro da mesa, um grande ramo de flores
campestres, iguais à que viveu nesta história.
Tudo se multiplica. Pelos tempos fora, o sino vai voltar a bater e as
flores a crescer. É uma história que não acaba.


António Torrado
http://www.historiadodia.pt/





A História da Rosa


Sabes, meu filho, não há rosas sem espinhos. Pois é, concordei eu. Mas nem sempre foi assim. Sabias? Isso já não, confessei. É verdade meu filho, tempos havidos, as rosas não tinham espinhos, como qualquer outra flor. A velhota despertara-me a curiosidade. Queres saber o que se passou entretanto? Claro, queria mesmo. Então escuta com atenção.
Como te disse, tempos houve em que as rosas não tinham espinhos. Aqui na Serra, também não havia tanta flor, tudo estava coberto de matagal e os lobos eram mais do que os espinheiros. A Natureza tem muita força, ela rege a vida do Universo, predestina tudo, a vida dos animais, das plantas e dos homens. Um dia, por desígnios seus, apareceu uma bela rosa, uma rosa mais bela do que qualquer outra, crescendo sozinha no meio do mato. As abelhas e as mariposas logo levaram a notícia em todas as direcções e nunca mais a rosa deixou de ser visitada por verdadeiros enxames desses simpáticos insectos. Talvez por isso, quem sabe, mas não lhe podemos levar muito a mal, tornou-se um poucochinho vaidosa. Fechando os olhos à beleza que a rodeava – a Serra é muito bela, não achas? – fechando os olhos à beleza que a rodeava, ia eu dizendo, a rosa nem sequer se apercebeu de que quase junto ao caule, nascera e crescia um gordo cacto. Esta planta é muito humilde, talvez por se considerar feia e horrível, com os seus picos sempre espetados contra inimigos, uns
verdadeiros e outros imaginários. O cacto desta história sentia-se ainda mais humilde e triste por ter uma vizinha que não lhe ligava. Viveram assim durante muito tempo as duas plantas: uma lá no alto, vistosa, a outra rente ao chão, modesta. Mas, um dia, ah!, aconteceu uma coisa de pasmar. Sofria-se nesse momento uma pavorosa seca. A nossa rosa, porém, mantinha o viço como se todos os dias fosse regada. As raízes continuavam a sentir o subsolo húmido e a criar seiva para a flor permanecer de pé e não desmaiar de cor. Como era possível tal coisa? Apenas porque o cacto tinha no interior um reservatório de água e, de quando em vez, libertava alguma dessa água para a terra. Mas, como era modesto e tímido, nada confessava desse seu gesto. Por essa ocasião, conta-se, um homem perdeu-se na serra e, vagueando, vagueando, quase morto de sede, abeirou-se do sítio onde viviam a rosa e o cacto. Ao ver este, como era viajado e conhecedor, recordou sabedorias antigas, e pegando numa faca de mato arrancou-o, abriu-o ao meio e bebeu a água muito fresquinha. Desta forma, o homem ganhou novas forças e salvou-se de uma morte certa. O pobre cacto, esse, coitado, morreu. Mas a rosa aprendeu a lição;se aprendeu! Desde logo suspeitou se ainda estava viva, ao cacto o devia. Fora dele, sem dúvida, a água que impedira que ela murchasse e secasse. Teve por isso de reconhecer: nem só a beleza é coisa importante. Afinal, o cacto, a cuja presença nunca ligara, salvara a vida de um homem. E então chorou, arrependida, por não ter tido tempo, ocupada com a sua beleza como sempre estivera, de reconhecer e dar valor ao vizinho. Debruçou-se a seguir sobre os seus restos, num abraço de despedida. Disse-te há pouco, a natureza é cheia de desígnios e só ela os entende. Nós não podemos nada contra ela. Pois sucedeu uma coisa inesperada: ao dar-se aquele abraço, os picos do cacto espetaram-se no caule da rosa. Não, não, ela não sentiu dor nenhuma. A flor até ficou reconhecida por isso ter sucedido. Era a última homenagem prestada à valente planta. E aqui tens: a partir desse dia as rosas passaram a nascer com espinhos.


Gorjão Duarte
A Minha Amiga Serra
Lisboa, Livros Horizonte, 1990







Da erva à árvore


Eram dunas e dunas, a perder de vista. Montes de areia para o vento brincar...
Hoje, fazia uma duna maior aqui, amanhã apagava-a, para fazê-la mais além e, sempre segundo os seus caprichos, onde estavam montes, cavava vales, onde estavam vales, amoldava montes. O vento era uma vassoura enorme.
Cabeleiras dóceis de ervinhas rasteiras deixavam-se pentear, despentear, ao sabor do vento gigante. Ele é que mandava.
Uma delas, à beira de um tojo só picos, cresceu.
Delgadinha que era arriscou-se à vida. Rompera a areia e apontava para cima. Ela lá sabia.
De dentes a ranger, o vento passou. Partiu-se o tronquinho? Não se partiu. Fincava as raízes, segurava-se com toda a força e, quando o vento descia, inclinava-se à vontade dele. Tinha de ser assim.
Lá se foi aguentando. O vento, a princípio, nem dava por ela. Era uma erva como as outras. Senhor daquelas dunas, o que ele queria era disciplina, ordem, submissão. A erva, que erva afinal não era, submetia-se. Óptimo.
Foi crescendo e o vento sem dar por ela. Era um tronco já, uma arvorezinha de Natal para casa de bonecas. Outras ervinhas como, dantes, ela tinha sido, despontavam também, na mesma duna.
Ali havia uma pequena nação de pinheiros novos. A ordem era: persistir. Por enquanto, persistir. Resistir, seria para depois. E foram vingando.
Quando o vento deu por eles, teve uma grande cólera e soprou, dias a fio, sobre a duna, donde nascia, miudamente, frágil ainda, um sinal de rebeldia ao seu poder. Nada conseguiu. Os pinheiros sabiam que eram pinheiros.
Tinham raça e coragem para fazer frente ao vento.
Uns e outros, os maiores e os mais pequenos, começaram a olhar para a sombra.
Alastravam para outras dunas. Guerreiros chamavam por outros guerreiros e desafiavam o vento. “Nada podes contra nós”, gritavam-lhe.
O maior, o chefe, o mais velho, que da erva se fez tronco, do tronco se fez árvore, comandava a defesa e dizia aos mais novos, nas alturas em que o vento lhes fazia ranger os ramos: “Aguentem, que já passámos por pior”.
Eles aguentavam.
E foi assim que o vento, o gigante caprichoso que dantes arrasava dunas, teve de deixar de fazer castelos na areia.


António Torrado
www.historiadodia.pt
Adaptação





Laura Flor


– Laura Flor, vem cá!
A Laura veio e era como uma flor. Delicada e suave flor igual ao nome.
Depois, foi a Maria Clara de tranças belas, castanhas, nariz arrebitado, sorriso claro – e Clara se chamava. A apertar a bata, na cintura, um cinto feito de papéis de lustro de cor, arco-íris naquela cintura de menina.
Depois, a Maria Odete, figurinha que parece ter saído de uma jarra, sempre com muitos cuidados a andar, a falar, jeito que lhe ficou de estar dentro da jarrinha. Uns olhos orientais, um sorriso que é quase choro, franjinha negra sobre os olhos à flor da pele.
– Maria Odete, se eu fosse ao Oriente e encontrasse uma flor, lembrava-me logo de ti!
– Pois é! Ela tem os olhos em bico! – diz uma companheira, pronta a tirar conclusões.
Maria Odete começa a chorar. A caírem-lhe as lágrimas devagarinho, brilhantes, também com cuidado, lentas, luminosas.
Eu não sei o que vou dizer, mas digo. Não sei o que disse, mas Maria Odete sorri. Devagarinho, também as lágrimas acabam de cair.
A que disse que a Maria Odete tinha os olhos em bico é tal e qual uma maçã dourada, redonda, toda muito por igual: maçã suspensa, nítida, decidida.
As meninas todas olharam com admiração a flor do Oriente.
Eu é que não devia dizer estas coisas, eu é que tenho a culpa – pensar alto. Mas havia reparado ontem na Maria Odete a dizer-me que não tinha livro nenhum.
– Foi tudo na cheia de ontem, minha senhora...
– E nunca mais os viste?
– Nunca mais! A minha bata, apanhei-a hoje na valeta... Até o dinheiro que ficou está a secar, preso por molas.
Diz isto com uma vozinha de quem canta dentro da tal jarra.
- Sabe a senhora? As minhas vizinhas dizem que vão reclamar ao Ministro...
–...?
– Porque não arranjaram aquele cano... É por isso que eu hoje não trago bata nem
tenho livro...
– …
– ... nem tenho dinheiro para comprar outro...
Diz isto tudo muito serena, com um ar de quem está a contar a história mais natural deste mundo. História tão cinzenta que na voz dela até parece um conto de fadas ao contrário.
A menina linda com os olhos à flor da pele, transparentes e escuros ao mesmo tempo. Puros. A infância desarmada.
– Senhor Ministro, devia ter mandado arranjar o cano. Não tenho livro, não tenho bata, o pouco dinheiro está a secar, preso por molas...
Tão serena. As lágrimas vagarosas de hoje – como meninas que saíram a passear para uma ilha imaginária.
Senhor Ministro, desça abaixo ao seu jardim...
Mas o Senhor Ministro não ouviu. Não desceu. Sabe lá o que é ter o pouco dinheiro preso por molas e os livros a irem na cheia.
E deve ter aprendido na escola, no liceu, que Camões salvou os Lusíadas a nado. E que deixou o fim do poema para Laura Flor escrever. Com uma peninha de rouxinol.


Matilde Rosa Araújo
As botas de meu pai
Lisboa, Livros Horizonte, 1977



O CAMPO DE GIRASSÓIS


O campo de girassóis estendia-se pela planície; ali cresciam girassóis grandes, pequenos e muito pequenos, plantas de todos os tamanhos. Logo de manhã, levantavam as cabeças e punham-se a olhar para o Sol; e, durante todo o dia, as cabecinhas pasmadas dos girassóis seguiam o movimento do Sol desde que nascia até que se escondia. Quando deixavam de o ver, as cabeças dos girassóis caíam como se não pudessem com tanta tristeza. Todos os dias era aquele bailado de flores seguindo o Sol.
Um girassol, dos tais muito pequeninos, crescia devagar, escondido, encoberto pelos outros. Esse não olhava o Sol; como era muito pequeno, quando os grandes levantavam a cabeça para ver o Sol, ele não via nada: tudo ficava tapado pelas cabeças grandes dos girassóis grandes; portanto, como ele não via o Sol, não havia razão para virar a cabeça como os outros faziam; ficava a olhar para o chão, a ver as formigas e as ervas rasteiras. Por cima dele era um tecto de flores amarelas por onde não passava um único raio de sol. À noite, quando os outros baixavam a cabeça, o girassol muito pequeno podia então ver o céu. O brilho das estrelas deixava-o encantado e dizia: «Tantos sóis! Tantos sóis!» E ficava toda a noite a seguir as estrelas como os outros seguiam o Sol.
Certa manhã, as nuvens cobriram o céu e os girassóis grandes deixaram de ver o Sol; todos se queixaram e as pesadas cabeças inclinaram-se para o chão, privadas do chamamento dos raios do Sol. Como olhavam para baixo, viram o girassol muito pequeno que nem sabia o que era o Sol e não entendia as queixas dos girassóis grandes.
Mas à noite, as estrelas também não apareceram e o girassol muito pequeno sentiu-se triste. Agora já entendia os queixumes dos girassóis grandes, daqueles que olhavam e seguiam o caminho do Sol. Na manhã seguinte, o céu estava ainda encoberto e os raios do
Sol não vinham chamar os girassóis para a dança habitual e as grandes cabeças amarelas sentiam-se perdidas sem saberem para onde se virar. Então o girassol muito pequeno falou aos grandes daqueles muitos sóis que ele seguia de noite; e os grandes falaram do Sol quente que seguiam de dia.
— Nunca o vi — dizia o girassol muito pequeno. — Nem sei como é! As vossas cabeças tapam o céu e de dia só posso olhar o chão, as ervas e os animais que se movem a nossos pés.
Os grandes girassóis sentiram-se envergonhados; na sua adoração pelo Sol, não deixavam que um irmão mais pequeno conhecesse aquele que comandava os seus movimentos!
— Vamos deixar-te espaço para que vejas o Sol — prometeram eles. — Mas de noite queremos também olhar esses teus sóis pequeninos.
Quando as nuvens se desfizeram e as estrelas voltaram a brilhar, todos viram o céu estrelado. Na manhã seguinte, os girassóis grandes afastaram-se um pouco; então o girassol muito pequeno viu o Sol e o movimento da sua cabeça deslumbrada acompanhou-o todo o dia.
— Que dizes tu do nosso Sol? — quiseram saber os girassóis grandes. — Não te parece que é lindo?
— Sim, é lindo — respondeu o girassol muito pequeno, ainda estonteado pela luz do Sol. — Mas os meus sóis pequeninos também são lindos! Vou olhar o Sol de dia e as estrelas de noite.
É por isso que no tal campo de girassóis há um girassol muito pequeno que olha para o céu de dia, para ver o Sol, e de noite, para admirar as estrelas.


Natércia Rocha
Castelos de areia
Venda Nova, Bertrand Editora, 1995



terça-feira, 15 de março de 2011

AURÉLIA DE SOUSA


O Dia Internacional da Mulher, este ano foi celebrado durante a interrupção lectiva do Carnaval mas, mesmo assim, não quisemos deixar de assinalar a efeméride com uma palestra sobre uma das mulheres que mais se destacou na nossa sociedade, sobretudo na época em que viveu, Aurélia de Sousa.

Simbolizamos nela, todas as mulheres que ao longo dos tempos lutaram por um lugar ao sol, por condições melhores e direitos iguais aos dos seus pais, maridos, irmãos.

Este nome que, muitas vezes,os nossos alunos associam apenas a uma das Escolas da nossa cidade, foi devidamente situado na sua época e a sua vida e obra muito bem explicada e documentada, pela Drª Isabel Andrade, da Casa Museu Marta Ortigão Sampaio, que se deslocou à nossa Biblioteca e a quem muito agradecemos.

Os nossos alunos "viajaram" pelas fotos de família, pelas casas de Aurélia, pela sua estadia em Paris e pelos quadros que pintou.



No fim, todos nós saimos culturalmente mais enriquecidos e com vontade de ir brevemente visitar essa Casa Museu.

sexta-feira, 4 de março de 2011

CONCURSO « UM POEMA DE AMOR»


Hoje publicamos os três primeiros lugares do concurso « Um Poema de Amor», no âmbito do estudo de Almeida Garrett, um poeta apaixonado.


1º LUGAR


Neste dia de amor,
um presente para te dar,
era todo o meu amor,
até ficares de pasmar,
prometi-te todos os planetas,
do sistema solar,
ficaste a olhar para mim,
com olhos de pasmar,
e eu disse-te:
" Toca a acordar"

ANA REGO Nº 3 5º D


2º LUGAR


« Um Beijo»


Onde estiveres recebe
este beijinho
levado pelo vento!
Não estranhes
se não o sentires
no rosto,
pois enviei-o
directo
para o teu coração!

CÁTIA CARDOSO Nº 13 7ºB


3º LUGAR


« Amor»

Passei por várias ruas,
Com nada me agradei.
Mas quando te vi,
Me apaixonei.
Fiquei dias a pensar em ti,
Sem Conseguir adormecer,
Pois um amor como este,
É díficil de esquecer.

INÊS MARIA NETO GRAÇA Nº 20 7º A

quinta-feira, 3 de março de 2011

TRABALHOS SOBRE O ROMANTISMO

A propósito da palestra que se realizou na nossa Biblioteca, os nossos alunos escreveram:

No dia 25 de Fevereiro fomos à Biblioteca assistir a uma palestra sobre o Romantismo.A Professora Judite Rosas esteve a explicar aos alunos presentes o que era o Romantismo, que foi um movimento artístico, político e filosófico que surgiu no final do séc.XVIII, na Europa e que durou uma grande parte do séc. XIX.
A primeira pessoa de que ouvimos falar foi de um músico chamado Frédéric Chopin(1810-1849).
O romantismo também influenciou a arquitectura. O Palácio da Pena, localizado na histórica vila de Sintra, representa uma das melhores expressões do Romantismo arquitectónico do séc. XIX no mundo.
Também na poesia o romantismo teve grande influência. Almeida Garrett foi considerado como o grande impulsionador do romantismo em Portugal.
Segundo a professora Judite Rosas, o romantismo caracterizou-se como uma visão do mundo em que era dado destaque aos seguintes aspectos: direito à expressão individual, sentimento e emoção, melancolia, drama, mistério, exotismo, caos, terror,busca da felicidade da paixão e da melancolia.
O direito à expressão individual era uma das características mais importantes deste movimento. Na palestra também ouvimos falar dos temeas da pintura romântica. De entre os temas que eram preferidos pelos pintores do Romantismo, destacavam-se: paisagem saturada e romântica, forças da natureza,representação de ruínas, etc.
A professora citou ainda a frase célebre do pintor Casper David Fredrich:« O artista devia não só pintar o que vê mas também o que vê dentro de si».
Aprendemos também que a linha oblíqua é a linha do movimento na pintura do romantismo e que os pintores românticos pintavamm de maneira diferente daquela que os pintores da época produziam. Faou sobre o pintor José Rodrigues (1828-1887), que pintou um quadro muito bonito chamado " O cego rabequista" e muitos outros. Falamos de João Cristino da Silva (1829-1877), que pintou um quadro intitulado "Paisagem". Ouvimos ainda falar de Tomás José da Anunciação que pintava principalmente cães e gatos. Jean Louis David (1748-1825)foi um pintor que ilustrou nomeadamente " A
morte de Sócrates". Ouvimos falar de muitos mais mas o pintor de que gostamos mais foi Francisco Goya e Casper David Friedrich (1774-1840) com os quadros intitulados " Saturno Devorando o seu filho", «As execuções de 3 de Maio de 1808" e por fim " Chalk Cliffs em Rügen".
António Pedro Bernardes nº 5 e Miguel Cardoso Félix nº19
do 5º A
Outro dos trabalhos apresentados poderá ser visto aqui:
O romantismo

Alexandre Barros Pinto nº1 5º A